Adoçantes: saiba como usar

13/03/2012 14:06

Quem não fica em dúvida na hora de adoçar o cafezinho com adoçante, depois de ver tantos disparos contra essa substância na mídia? Em uma semana, é o grande companheiro de quem está na luta para perder alguns quilinhos. Na outra, é apontado como colaborador para o aumento do peso e até relacionado a doenças como o câncer.

Afinal, ele é "mocinho" ou "vilão"?

O consenso entre os especialistas diz que o adoçante traz benefícios para a saúde, desde que utilizado com moderação. O exagero nunca faz bem. Por exemplo, uma pessoa que toma quatro latas de refrigerante diet por dia vai consumir 120 latinhas no fim do mês. A falta de equilíbrio não é um problema apenas com o adoçante, mas com a alimentação em geral.

O adoçante passou a fazer parte da dieta com a evolução e a vida sedentária dos homens. Com o aumento do consumo de calorias e a pouca movimentação – coisa que não acontecia nos primórdios da civilização –, foi preciso pensar em alternativas para controlar o consumo de calorias. Esse cenário criou o grande dilema de como conduzir a obesidade e a síndrome metabólica, que hoje já são problemas de saúde pública mundial. Os adoçantes vieram para tentar reduzir esse teor de ingestão calórica.

Constituídos por edulcorantes – substâncias responsáveis pelo sabor doce – os adoçantes têm poder de adoçamento extremamente maior que o do açúcar. Alguns podem ser utilizados para cozinhar por terem estabilidade suficiente para não perder o sabor doce quando expostos a alta temperatura, como o acesulfame K e a sucralose. Por ter poder adoçante alto, de 400 a 800 vezes mais que o açúcar, a sucralose – embora seja mais cara – é a substância mais utilizada para substituir o açúcar na culinária.

Pesquisa polêmica

Estudo divulgado em fevereiro de 2008, nos Estados Unidos, apontou que a ingestão de sacarina – um dos tipos de adoçante mais utilizados nos refrigerantes – pode provocar ganho de peso superior ao do açúcar. A notícia causou reação da indústria alimentícia e muitas dúvidas na sociedade, que passou a olhar os adoçantes com desconfiança.

Além da sacarina, outros tipos de adoçantes, como o aspartame, amplamente utilizado no Brasil, e o acesulfame, mais aplicado na culinária, têm o gosto doce bastante aproximado ao do açúcar e podem apresentar o mesmo efeito da sacarina. Mas é preciso ter bastante cuidado com a interpretação desses dados para não causar alarde na população. O estudo foi feito com ratos, não com humanos. O metabolismo é diferente e fica difícil fazer comparações.

Esse cenário criou o grande dilema de como conduzir a obesidade e a síndrome metabólica, que hoje já são problemas de saúde pública mundial

Outro estudo, conduzido na Fundação Europeia Ramazzini em 2005, relacionou o consumo de aspartame por ratos de laboratório ao aumento de linfomas, leucemia e outros tipos de câncer. Entretanto, há várias críticas em relação a esse trabalho e existe a necessidade de estudos mais detalhados. A  Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atesta que, de acordo com diversos comitês internacionais, o aspartame é seguro.

Doses recomendadas

O órgão que regulamenta a alimentação e os medicamentos nos Estados Unidos, o Food and Drug Administration (FDA) recomenda que o consumo diário de adoçantes dietéticos seja de quatro a seis pacotinhos de um grama quando em pó, e de 9 a 10 gotas para os líquidos. E além de considerar o adoçante utilizado no suco ou cafezinho, vale lembrar que ainda se consome a substância em alimentos diet industrializados.

Para o consumo superior a essas doses não se encontra, na literatura científica, nada que possa sugerir alguma anomalia metabólica ou orgânica, mas nas indicações do FDA o excesso não deve ser estimulado.

Então, qual a vantagem de usar adoçante em quem não tem problema de peso? Acredite, nenhuma. "Uma colher de chá de açúcar tem cerca de oito gramas, o que corresponde a 32 calorias. O que isso vai impactar realmente no seu dia entre você ganhar ou perder peso? Nada. A preocupação deve estar em diminuir a carga calórica em excesso, como doces, balas e refrigerante.